Antes de irmos ao assunto em questão, vamos rapidamente definir dois termos dessa pandemia.
Quarentena: normalmente utilizado para o período de isolamento de pessoas que estão contaminadas ou com suspeita de contaminação. No entanto, passou a ser utilizado para definir esse processo de distanciamento social que todos estamos vivendo e onde há um fechamento obrigatório de negócios não essenciais.
Então, mesmo que esteja incorreto, utilizaremos a definição popular para facilitar o entendimento.
Lockdown: praticamente uma quarentena reforçada, quando por força de lei somos obrigados a ficar em casa e sair somente para ir ao supermercado ou hospitais.
Ambos almejam reduzir o ritmo de contaminação ao diminuir o fluxo e aglomeração de pessoas, com menor ou maior intensidade.
Normalmente durante o processo de produção de uma vacina temos as seguintes etapas:
Recentemente a China parece ter tido sucesso nos testes iniciais de uma vacina que estão desenvolvendo, mas ainda está em testes e normalmente a produção de uma vacina levará em média de 12 a 18 meses, porém, há casos onde algumas etapas estão sendo puladas e caso tudo dê certo podem haver milhões de doses disponíveis até outubro deste ano.
Além disso, é necessário lembrar que é necessária a produção de vacinas não somente para o Brasil, mas para o restante do mundo, que está estimado em 7,7 bilhões de pessoas.
Lógico que há outros fatores no meio deste processo, como a vacinação prioritária dos grupos de risco, o que poderia reduzir bastante a quantidade de doses necessárias, mesmo assim, o número continua bastante grande.
Lembrando que, dependendo de quem desenvolver, a patente pode ou não estar aberta e o Brasil pode ou não ter prioridade no recebimento de vacinas, o que provavelmente não deve acontecer se for a China produzindo por exemplo, dado o histórico recente entre os dois países.
Em todo o caso, estamos no campo das possibilidades, o desenvolvimento de uma vacina, sua produção e disponibilização ainda é uma incógnita.
A quarentena é uma forma de retardar a contaminação, enquanto não houver uma imunização da sociedade – seja através de vacina ou naturalmente – haverá risco de surgirem novas “ondas” de contaminação e mortes.
Enquanto não há a produção de uma vacina, o prospecto de quarentenas intermitentes, ou seja, com períodos de liberação, é o mais viável.
Alguns países conseguiram reduzir a zero ou quase zero o número de casos, mas isso a custo de lockdowns e testagem massiva da população bem no início do problema.
Dados de um estudo publicado na Science Mag e inclusive reforçados pela análise do virologista Átila Iamarino, indicam cenários com quarentenas intermitente em países onde há uma ampla contaminação como os EUA.
A lógica apresentada pelo estudo é bem fácil de entender: como a cada período sem quarentena apenas uma RELATIVA pequena quantidade de pessoas são contaminadas, mesmo após a quarentena, novos surtos/ondas surgirão, culminando na seguinte dinâmica:
E assim iremos sucessivamente até um percentual ESTIMADO de imunização do rebanho de 50 a 66%, onde mais da metade da população terá sido contaminada e produzido anticorpos contra a Covid-19, criando assim uma barreira natural contra o vírus.
Os dados do estudo são focados nos EUA, e pelas projeções, caso a quarentena seja feita desta forma nas atuais condições, essa imunização só será alcançada em 2025.
O estudo também apresenta um cenário onde há o dobro de número de leitos de UTI atuais, aumentando assim a possibilidade de contaminações durante um período até o sistema de saúde colapsar.
Neste cenário com o dobro de leitos, as quarentenas intermitentes devem durar até 2022 conforme gráfico abaixo:
Basicamente, no pior dos cenários – sem a produção de uma vacina, sem aumento na quantidade leitos de UTI e sem uma resposta coerente e eficaz do governo – conforme o estudo, opinião de especialistas e a lógica em si: devemos ter quarentenas aproximadamente até 2025.
Lembrando que o estudo é feito com dados de países de climas temperados e utilizando os EUA como foco, país de 1º mundo que já possui uma grande quantidade de leitos de UTI.
A permanência em quarentena indefinidamente é algo inviável, sendo economicamente e emocionalmente taxativa à sociedade.
O estado de Goiás por exemplo já se pronunciou quanto ao uso de quarentenas intermitentes, por isso cremos que este será o formato adotado pela maioria das regiões.
Torcemos para que a vacina esteja disponível o quanto antes, mas em último caso, é importante se preparar para o pior, torcida é apenas uma vontade de que algo aconteça, não quer dizer que vá acontecer.
Também não gostamos de dar notícias ruins, mas ao desenvolver uma estratégia, devemos levar em consideração os piores cenários para estar preparado para eles.
No mais, é importante aceitar a situação atual e buscar tirar o máximo possível dela.
Há alguns itens que você pode levar em consideração para o seu negócio se adaptar a este momento:
Para isso, é necessário um esforço conjunto da sociedade como um todo, devemos respeitar o distanciamento social e obedecer os protocolos e recomendações de higiene.
Fazendo isso, a velocidade com a qual a contaminação se espalhará será menor e consequentemente o período de tempo para o sistema de saúde atingir sua capacidade máxima será maior.
Por isso, faça o possível para reduzir a contaminação na sua empresa, para isso, preparamos um documento com as principais recomendações de organizações e especialistas abaixo: